Comunicação com uma das árvores protectoras da Tiny House





Disseste-me que o teu nome é Maria Felisbela.
Um nome bem antigo, bem português.
Quero agradecer-te por tudo aquilo que nos cedeste: amor, carinho, presença, protecção, preserverança e muita inspiração.
Quando mudamos a Tiny House aqui para o terreno tu e a tua companheira foram desde o início as nossas protectoras. E não é que a casa não ardeu?
Estou-te infinitamente grata. Estás sem vida desde o incêndio em 2017. Pensei que resistisses para todo o sempre, mas neste tempo em que as tuas agulhas ainda estavam verdes, sempre te vi e senti com vida. 
Na verdade, mesmo agora que estás visivelmente sem sumo interior, sinto-te grande e viva.
Mas chegou a hora de te mover, de te cortar.
As tuas raízes vão continuar a segurar este solo, vão continuar a ser um exemplo de força e enraizamento na verdade natural e intrínseca do amor. Já a tua madeira vai apoiar-nos numa nova área do terreno. Com carinho, centramento e sabedoria, o David vai cortar-te.
Vais ser lenha para os nossos banhos e fogo para alguns jantares de piquenique cá fora à luz da Lua. E vais ser todas as prateleiras da nossa despensa de xisto. Uma despensa essencial de fermentados e tantos outros alimentos preservados.
Agradeço-te por estares ao serviço, não só de nós humanos, mas também desta terra que nos abraça e ensina tanto todos os dias. Tu também nos ensinas ainda, e nos cuidas com o teu abraço e a tua proteção amorosa. 
Agradeço-te pelo apoio.
Que continuemos também ao serviço ouvindo cada pedacinho desta terra e que consigamos concretizar tudo o que é pedido.
Dizes-me que estás cansada desta fase. Pois abençoado David por te ter ouvido e ter percebido que não és apenas útil, mas que esta utilidade foi ouvir-te profundamente e apoiar-te nesta passagem para uma nova fase.
Peço-te que nos guies para sabermos como mantermos esta proteção da nossa Tiny House, do nosso ninho.
E respondes-me que eu já sei perfeitamente o que fazer.
Pois assim será.
Aí será e ficará o tanque para as águas cinzentas e que nos apoiará na rega de tantas plantas que nos rodeiam.
Nada se perde, tudo se transforma.
Que a gratidão continue a guiar-nos e que tenhamos sempre a capacidade de ouvir e agir mediante aquilo que é real!
Assim seja!

P.S. - e no momento em que tiro esta fotografia, uma borboleta passa mesmo à frente da câmara! Sim, transformação sempre!

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