Na tempestade vem a limpeza.
Olho o que foi.
Observo.
As almas perdidas e as acções em ilusão.
Ainda ressoarei com tais medos?
Pois eles ainda aqui estão, por vezes, mas não são quem sou.
Medos e procuras.
Procura cansativa de amor no outro.
Procura do cheio para encher o vazio.
Vazio que não é real, mas que na insistência da ilusão foi o chão da caminhada.
Esses passos levaram-me longe.
Nuns dias de completa complitude.
Tamanho brilho que chama e arde.
Que faísca a chama noutros e em mim qua do dela me esqueço.
Chama que eu sou.
Fogo que é a minha Natureza.
Na distracção lembro-me (forço a lembrar-me da verdade).
Eu não sou mais essa procura.
Eu não sou mais o vazio que se preenchia noutras pessoas.
Eu não sou a busca do amor.
Eu não sou a solidão.
Eu não sou o trabalho em dor e as horas não pagas.
Eu não sou o disse que disse.
Eu não sou a competição e a não ação.
Eu não sou a traição.
Eu não sou a busca nas montanhas da ilusão.

Faço a digestão.

Eu sou a solitude.
Eu sou a união e a unicidade em tudo e todos.
Eu sou o rio que corre forte e feroz depois das grandes chuvas.
Eu sou o vazio que fica depois do vento levar tudo.
Eu sou a Luz e a Escuridão.
Eu sou a música e a voz celeste do Amor.
Eu sou as estrelas no céu e o amanhecer.
Eu sou o por do sol e o anoitecer.
Eu sou beleza.
Eu sou pés bem assentes no chão e a cabeça erguida.
Eu sou a transparência e a verdade.

Eu sou.

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